sábado, 9 de agosto de 2008

O DISPERSAR DO SABER!

Sebastião Antônio Baracho (conanbaracho@uol.com.br)

cidade: Coronel Fabriciano
estado: MG
idade: De 71 a 80 anos
sexo: masculino
categoria: OUTRAS
titulo: O DISPERSAR DO SABER!

Tenho presenciado, assistindo, a mediocridade oriunda de pessoas escolarizadas e, ate bacharéis! Por isso, passei a imaginar que alguma coisa estava extemporânea, na prática precipitada dos seus aprendizados escolares ou, da experiência e, pior! Irradiando os seus saberes defectivos ao seu derredor e, até ao longe, com o seu facho, que deveria ser de luz, atingindo as pessoas simples e pouco alfabetizadas e, em razão disso, seguidores dos seus falhos ensinamentos, como se fosse à verdade pura e insofismável.

Tudo, na nossa carente existência humana, tem a necessidade, premente, de uma Base de sustentação, para surtir os efeitos por nós desejados, não fora assim, seríamos como répteis a nos arrastar pelos caminhos da vida. A Base ou, sustentáculo primário, é a nossa mola-mestre a nos impulsionar para o ápice da nossa existência e, sobrevivência, a Ela, vem o acréscimo, primordial, dos aprendizados adquiridos na nossa jornada vivencial ao lado dos nossos acompanhantes, em níveis mais elevados, os iguais ou, ainda, os nossos seguidores.

Sendo assim, devemos escolher, com maestria, os conselhos, ordens e avisos, que nos chegam, diuturnamente, ao conhecimento, porém, os analisando, detalhadamente, para que não sejamos prejudicados ou, que venham a entrar em confronto com a nossa base adquirida e, formalizadas nos nossos valores morais
O Ser, dito humano, que tenha a moral rastejante e ignóbil, aceita e, acata! Todos os informes que lhe cheguem desde que lhe renda algum lucro, todavia, também, os que são incapazes de analisar a autenticidade moral do que lhes é oferecido, caem na mesma cilada, porém, de modo culposo, pela sua incapacidade de discernir entre o correto e o errado.

Os maus conselhos, ordens irregulares e, avisos deletérios em desfavor da saúde moral, vindos de um seu igual em capacidade didática, lhes causam um mal menor, em razão dos oriundos de um bacharel ou doutor, chefe, governante etc., pois, a Estes, os ouvintes dão um valor muito mais elevado de aceitação e cumprimento, além da incapacidade de analisá-los conseqüentemente, por não possuírem o gabarito de correção da probidade do que receberam como fidedigno pela origem superior a do receptor.

De nada adianta, moralmente falando, a pessoa se especializar em qualquer ramo de atividade humana, se não dispersar para os demais os seus saberes apreendidos da erudição, pois, não o fazendo, estará se desdizendo conscientemente, porém, transformando os seus ouvintes ou leitores, numa marionete a lhe obedecer cegamente, apenas, em razão dos seus diplomas pertinentes ao que aprendeu e, não distribuiu, corretamente, aos outros.

A Humanidade tem se degringolado em uma massa ululante, com gemidos constantes, exatamente, pelo fato de, embora tenha a cultura do saber popular, lhe faltar à capacidade analítica do fato que lhe venha ao conhecimento, o aceitando, sumariamente, como benéfico e útil, apenas, pela sua origem vir de uma pessoa influente, dirigente, diplomada e importante, em relação a Ela, quando, a meu ver, deveria dissecar a informação recebida para, Dela, extrair o que, realmente, possa ser aceita como verídica e plena de moral indiscutível e, sem sofismas.

Portanto, no meu ver empírico, adquirido nos "degraus" da minha existência, fugindo dos rodas-pé e das rampas deletérias à minha saúde evolutiva a caminho do ápice, cheguei, nesse caso a, pelo menos, duas seguintes e resumidas conclusões:

-A culpabilidade maior por qualquer erro, é dos dirigentes do apontado como autor, pelo menos, culposamente, pois, não o soube orientar corretamente ou, não o excluiu por incapacidade de absorção da coisa considerada como certa ou, errada, culminando com o autor a praticado erroneamente.
-A maioria das nossas Leis e Regulamentos, a meu ver, ao em vez de igualar a todos, nos dá ditames desiguais, com cumprimento obrigatório de "cima para baixo" e, às vezes, inconseqüente.

Finalizando: Se as nossas Leis fossem modificadas para melhores e, praticáveis e favor de todos! Sem nenhuma benesse! Até os dirigentes teriam que orientar melhor aos seus comandados, não se limitando, apenas, a receberem promoções para usufruto financeiro próprio, sem projetar o seu Saber aos seus comandados!

Caso não ocorra o dispersar do saber, com foco dirigido a todos, sem discriminação, em poucos anos, a maioria das profissões se desvanecerão como afirma o meu poema (inédito) a seguir:

O metalúrgico, no ferro se queimou,
Mãos retorcidas, estômago... Carente!
A usina sem compaixão o dispensou:
À sua família, do luxo foi a... Indigente!

O lojista trêmulo a cortar tecido,
Barriga vazia colada ao balcão,
Recebe o "acerto" e é despedido
Se afundando no palco da ilusão!

Pedreiros, demitidos pelos patrões,
Só ficando alguns para o automatismo,
No ventre, trazem grãos de feijões:
Pra máquina... Óleo do continuísmo!

O motorista, diariamente, faz entrega,
Por vias de crucial congestionamento,
Mas, o patrão, para não fugir a regra:
Dispensa-o pra diminuir o pagamento.

O professor! Que já foi nome de avenida,
Sem livro, prédio, cadeiras ou pagamento,
São exonerados pelo rinoceronte falida
Da máquina do Estado sem enxugamento.

Desempoado e de jaleco, o engenheiro
Sai da faculdade direto para o trabalho,
Ao primeiro problema com o dinheiro,
Perde a função e, na feira, vende... Alho!

Médico formado, com saber facultativo,
Hospitais fechando... Fileira de doente!
INSS lhes pagando consulta/donativo:
De médico, também passa a... Indigente!

Os lavradores, que antes era... Agricultores!
Do vergel passou a morar no deserto,
Bancos, em empréstimos, viraram tutores...
Foram expulsos para a favela mais perto!

O lanterneiro retocava a lataria
De veículos ainda em circulação,
O desemprego trouxe a carestia
E o seu labor virou... Crucificação!

A inflação habilmente escondida
Esfarrapou o salário já minguado:
A doméstica foi logo despedida.
E o seu sustento, na pia... Desaguado!

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