quarta-feira, 2 de março de 2011

O que estou perdendo, com tudo isto que estou ganhando? - Nilton Cinti

Nilton Cinti (nilton@engerevest.com.br )


cidade: Santo André

estado: SP

idade: De 51 a 60 anos

O que estou perdendo, com tudo isto que estou ganhando?

O que estou perdendo, com tudo isto que estou ganhando?

Recentemente entreguei meu TCC (Trabalho de conclusão de Curso) de pós-graduação em Aconselhamento, da Faculdade Teológica Batista , cujo tema e nvolve "a morte, o morrer e o luto".

A escolha deste "mórbido tema" foi motivada pela perda de dois queridos jovens amigos, André Irineu Cinti e Fabio Moraes, cujas mortes me colocaram despreparadamente diante de seus pais, sem consolo a lhes oferecer diante de tão grande perda.

Na elaboração deste TCC, aprendi que o luto pode entrar em nossas vidas por perdas de relacionamentos, materiais, físicas, financeiras e profissionais.

Vivemos dias de alta competitividade, e sabido é, que mal acabamos de fazer uma pós-graduação, especialização ou MBA, criam-se outras graduações e já nos sentimos em desvantagem "no mercado",

Envolvidos neste ambiente, onde há a necessidade de conhecimento, sabedoria e valorização profissional constante, com uma exaustiva jornada de trabalho necessária ou imposto pelas empresas para cargos executivos de 12 a 16 horas de trabalho por dia, acabamos perdendo a verdadeira visão da vida, o porquê dos nossos talentos, quais são os nossos ver dadeiros tesouros, qual o propósito de nossas vidas neste planeta e entretidos assim, não paramos para nos perguntar: o que estou perdendo, com tudo isto que estou buscando ou conquistando?

Em minha experiência de Conselheiro, tenho me deparado com homens e mulheres, que entraram nesta roda viva, e hoje convive com sentimentos contrapostos de satisfação, decepção e culpa, uns por terem deixado de lado esposa e filhos, pois em seu planejamento existia uma atividade, lá na frente em que haveria tempo para eles, e realmente alguns têm o tempo, mas não têm mais eles.

Outros, principalmente as mulheres, que abriram mão de uma promissora carreira, para se dedicarem a família e a criação dos filhos, decepcionadas perceberam que não valeu à pena tamanho sacrifício, ou ao contrário, deixaram tudo pelo trabalho promissor, mas na maioria dos casos, não conseguiram segurar nem um nem outro e muitas perderam os três (o lar, o marido e os filhos). O que será que saiu errado? O pla no de nossas vidas foi mal elaborado?

Difícil encontrar respostas abrangentes para estas questões, são situações individuais e complexas, aonde as respostas podem ser satisfatória para alguns, mas não contemplam aos outros.

È verdade também, que alguns obtiveram êxito e está feliz com suas escolhas, porem dá para afirmar que são exceções.

Se estivermos perdendo alguns destes tesouros, em troca de outras "conquistas", poderemos estar enterrando bens, cuja restauração ou recuperação será muito difícil.

Sei e reconheço que na maioria das vezes todos nós o fazemos por eles mesmos, mas isto me fez lembrar o filho que perguntou a seu pai quanto ele ganhava por hora, seu pai quis saber o motivo, ele respondeu que queria saber quantas mesadas ele teria que juntar para comprar algumas horas de seu amado e ausente pai. Você percebe?

Qual o valor de uma família? De um marido? De uma esposa? De um filho? De um pai? De uma mãe? De um lar? De um amigo? Quem os perdeu, s abe.

Jesus Cristo, disse certa vez: onde está o tesouro de um homem, ai estará também o seu coração, ou seja, nossos tesouros se revelam pelo tempo que dedicamos a eles.

Devemos refletir também que muitos nesta busca desenfreada de ultrapassar e vencer as demandas exigidas pelo mercado, acabam atropelando, desvalorizando ou enterrando verdadeiros tesouros, por uma visão exclusiva, egoísta e enganosa do tal "sucesso profissional", que o mercado coloca sempre um pouco mais a frente, nos faz andarilhos do saber, na busca de uma sabedoria e de conhecimentos terrenos que nos capacita profissionalmente, porem não são suficientes para programarmos nossas vidas de maneira sábia e equilibrada.

Parece que a sabedoria humana conquistada em bancos universitários não se mostra eficiente, quando o assunto é planejamento de vidas, na verdade não necessitamos de auto-ajuda, mas sim da ajuda do Alto, de algo Maior, Superior e transcendente, ou seja, precisamos de uma sabedoria Div ina, e por incrível que pareça ela não custa absolutamente nada, está gratuitamente oferecida pelo próprio Deus a quem quiser isto é o que está escrito na Bíblia em Tiago capitulo 1 verso 5, que diz assim:

E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.

Com absoluta certeza, de posse desta sabedoria Divina, teríamos direção e equilíbrio para tomarmos as mais difíceis e complexas decisões que a vida nos requer.

E por fim, neste TCC considerei como referencial teórico o livro intitulado On Death and Dying (Sobre a Morte e o Morrer), onde a autora uma médica psiquiátrica de Chicago, Elisabeth Kübler-Ross, entrevistou mais de 200 doentes em seus últimos momentos de vida, dá para ler nas entrelinhas, que estas pessoas, não pediram para ter perto delas, seus diplomas, MBAs, dinheiros, jóias, chaves de carros, escrituras. Sabe qual a única coisa que a maioria deles queria ou desejavam ter p or perto antes de partirem? Os seus amados, principalmente aquele a quem eles mais amavam, então seguravam fortemente sua mão, como que dizendo: não se vá até que eu me vá, para sempre.

O "amor" foi o maior bem requisitado por eles, nesta hora derradeira. Tudo que valorizamos, não tem valor algum, as coisas você não às carregará, nem seu próprio corpo, mas o Amor que dedicamos aos nossos filhos, esposa e amigos, ficará para sempre registrados em seus corações.

Interessante, a Bíblia diz também que Deus é Amor.

Por mais de trinta anos, realizando, freqüentando palestras e pregações nunca ouvi sequer uma única mensagem que orientasse a nos questionar quando as coisas estão dando certo. Por natureza da alma humana só questionamos a nós ou a Deus, quando elas dão errado.

Seria bom que, mesmo conquistando altas posições dentro das empresas, contas invejáveis, fama e sucesso, parássemos e refletíssemos : o que estou perdendo, com tudo isto que estou ganhando? Qual o preço que estou pagando?

Cada um encontrará a sua própria resposta, não esperem que o tempo lhes responda.

Nilton Cinti

Contato

ncinti@uol.com.br

conselheiro@engerevest.com.br



11 9137-5284

Um comentário:

  1. Nilton li teu artigo sobre morte, luto, etc, a morte é um sentimento que machuca muito, somente quando perdemos quem amamos conseguimos entender, que morte é a maior das perdas. Por isso devemos lembrar de dar e receber amor é a mais bela maneira de viver. Rosemari

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