Já deu o progresso ao homem
Tudo o que ele desejava. Fê-lo parecer feliz, Muito mais do que sonhava, Mas hoje está retirando Tudo aquilo que lhe dava...
O celular já não fala,
O trânsito já não anda, A justiça não defende, O bandido é quem comanda, É a natureza que morre E a igualdade que desanda...
O estresse que toma conta,
Logo vira depressão... Morre gente pela dengue E males do coração, Voltaram muitas doenças Nesta “civilização”!...
As drogas dominam tudo:
As legais e as ilegais; A polícia está impotente, Perdendo pra os marginais, E até o alto escalão Só rouba, e cada vez mais!...
Não só os vírus das viroses
Nos causam preocupação, Como o da tuberculose Ou o da constipação, Há também o da informática Que é o da comunicação...
Em um lugar temos seca
Noutro água em abundância; Faltas casas para o povo Porque há bastante ganância Não se liga pra velhice Muito menos para a infância.
Quem quiser água potável
Tem de pagar muito caro. No nordeste, a água é salobra Porque água pura é raro Com isso os dos carros pipa Enriquecem, é muito claro...
Nosso velho presidente
Falou da transposição, Mas era transpor o cargo Para a outra na eleição, Porque a cama foi bem feita E entramos na enganação.
Ganancioso, o ser humano
Desmata, queima, destrói E vendo tanta maldade Confesso que a alma me dói, Respirando poluição Que até a carcaça corrói...
O jovem rabisca o corpo
Com desenhos descabidos, Maculando o templo santo Que há muito lhe tem servido, Querendo agredir os outros Sem ver que é o próprio agredido!
Como está sempre com pressa,
O homem morre nas estradas Todas bastante inseguras, Pois são mal sinalizadas, E além da sua imprudência, São todas esburacadas...
Casamentos duram pouco
E depois resta a pensão... Quem procura um bom partido Já tem a clara intenção De trocar um belo emprego Por joias, carro e mansão.
Crianças são sedentárias,
Grosseiras, cheias de manha, Sabidas e acomodadas, Expertas em artimanha, Para se dar bem na vida Crentes que isto é uma façanha!
São muito mal educadas
E seus pais incompetentes Deixam que elas façam tudo, Depois sofrem mais à frente, E perguntam onde eu errei Ingênua e cinicamente.
Os filhos mandam nos pais;
A família está acabando. Cada quarto uma TV, Tendo seu próprio comando, Com câmara e note book Vão ao mundo se ligando.
Porém no quarto do lado,
Dorme a mãe, dorme o irmão, Que não dizem nem bom dia Ao se verem no salão; Parecem todos estranhos, Como hóspedes de pensão...
Amizade de verdade
Quase já não mais existe; O orgulho e o egoísmo Deixam todo mundo triste E a traição entre os amigos É hoje o que mais se assiste!
Cultivam somente o corpo
Enfeitando-o traço a traço, Não cuidam d’alma, que é o sumo, Dão mais valor ao bagaço, E o cabelo, nem se fala, Lhes custa tanto embaraço...
O dia tem 24
Horas, porém nem parece; A noite chega depressa, Logo depois que amanhece E ao homem nem sobra tempo Para fazer uma prece!
Não sei se valeu a pena
O mundo desenvolver, Se hoje assim como está É tão difícil viver Que o próprio dia de amanhã Eu não sei como vai ser.
Enfim, como é aqui que eu moro
E sequer pago aluguel, Não posso nem reclamar, Pois cumprir o meu papel É somente o que me cabe, Confesso neste cordel...
Se você leu com paciência,
Digo-lhe muito obrigado, Mesmo que em nada comigo Você tenha concordado, Mas é só a minha visão Do futuro e do passado...
Muito mais do que falei
Eu poderia ter dito, Porém iria me alongar E então este meu escrito Não ficaria melhor E nem mesmo mais bonito!...
Obrigado
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quinta-feira, 24 de maio de 2012
O lado mau do progresso - Octávio Caúmo
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