Sebastião Antônio Baracho (conanbaracho@uol.com.br)
cidade: Coronel Fabriciano
estado: MG
idade: De 71 a 80 anos
sexo: masculino
A CASA... LABIRINTO!
Há mais de 22 anos passados, comprei uma casa com vários cômodos, inclusive, com três salas e, igual número de sanitários, onde acomodei a minha família (Esposa e quatro filhos).
Ela foi financiada pela Caixa Econômica Federal.
Hoje, quitei, totalmente, a minha moradia, todavia, apesar de me sentir um vitorioso por ter tal posse, a possessão tem me trazido problemas, tais como:
> Todos os meus filhos se casaram e compraram casas residenciais para eles e, os quatro filhos (netos meus).
> Na minha residência, agora enorme, só eu e minha esposa ficamos residindo e, apenas, durante o dia, conosco ficam dois dos nossos netos.
> Durante o período noturno, os espaços se multiplicam vazios ao nosso derredor, pela ausência dos meus filhos e netos.
> Temos um grande quintal fronteiriço, que cabe uns cinqüentas automóveis estacionados, cheio de árvores frutíferas, orquídeas e, água própria de uma cisterna.
> Coloquei a minha moradia à venda na Imobiliária Itapemerim que, no entanto, não conseguiu negociá-la, alegando que, se o comprador eventual tiver que financiá-la, terá que desembolsar, mensalmente, cerca de dois e quatrocentos reais.
> A não venda da minha casa está me obrigando e, a minha esposa, a vivermos como um casal de pardais movimentando-se num campo de futebol e/ou, como dois amantes num ninho cercado de dependências desocupadas de pessoas, mormente, durante o período noturno.
Com isso e, por isso, apesar de ser um proprietário da minha moradia, o qual, pouco tem esse usufruto na classe pobre ou média, me sinto perdido no ninho pela imensidão dela.
Não conseguindo negócio da venda (e/ou, troca por uma menor para morar) da minha propriedade urbana, terei que, nela continuar vivendo e, sobrevivendo a sós com a minha querida esposa.
Resumindo: Como um empírico que sou, acredito ser o maior culpado pela compra de uma casa tão grande, exatamente, por não ter analisado, detalhadamente, antes da compra Dela que, no final da nossa vida (Minha e de minha esposa) iríamos ficarmos praticamente, sozinhos nesse labirinto de salas, quartos e sanitários excedentes.
A Seguir, uma poesia de minha autoria (Inédita) que, pelo menos, me alivia por ter uma residência minha:
A JORNADA
Perdido na noite impura
Sem itinerário definido,
Vagueia a rota criatura
Paria da vida... Desiludo!
Têm calçadas por passarela,
Latões de lixo como baliza.
Portais/camarotes, seqüela!
Pôr aplausos, apenas à brisa!
A cada esquina vencida
Arqueiam os seus ombros,
Os pés vacilam na subida
Ao fugir dos escombros.
Para ante o néon.... Absorto!
Igual uma mariposa vencida.
Nas casas, o máximo conforto,
Nele... Um arremedo de vida!
Encosta-se na parede quente,
Nádegas no piso úmido/gelado:
Sauna funesta e inclemente
A dizimar o âmago do coitado.
Somos de deus o retrato
Com reflexo... Positivo!
O homem, em voragem,
Faz do mísero... Negativo!
Sofre a carne do abandonado
Dilacerada na escada da vida,
Chegando ao patamar arrasado
Pêlos percalços da vã subida!
Porém, esgotada a natureza,
Da vil matéria lhe doada,
O espírito reluz com realeza
Liberto da casca da jornada.
O afortunado da matéria
Terá dívida... Acumulada,
Por dizimar a miséria
Sobre irmão de jornada!
Sebastião Antônio Baracho.
Rua Tiradentes, 73
Fone: (31)3846-61295
domingo, 27 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário