domingo, 27 de junho de 2010

Meu Pai era um homem do Silêncio - Lúcia Fátima de Freitas Chagas

Lúcia Fátima de Freitas Chagas (luciafreitaschagas@hotmail.com)



cidade: Russas
estado: CE
idade: De 51 a 60 anos
sexo: feminino

Meu Pai era um homem do Silêncio


Meu Pai, aos 92 e dois anos se foi, já faz alguns anos, mas parece ter sido ontem. Homem simples da roça, apenas alfabetizado, mas de uma sabedoria e paciência inegável. As pessoas gostavam de conversar com meu Pai, para saber se iria haver inverno, das experiências em que o povo antigamente se baseava. Era um Homem que educava os filhos no chicote, os mais velhos, porque os novos já não os precisava,porque já obedecia só na expressões do olhar.

Vi meu Pai partindo, teve um CA na boca, ainda durou 2 anos com o tratamento, mas quando percebeu que sua hora estava para chegar, pediu-nos que o deixasse em casa, mesmo em dores aguda, dizia que não queria ir para os hospital, estava bem com todos ali ao seu redor. Foi muito triste, e ao mesmo tempo bonita sua partida, e nós ao seu lado, rezando, com exceção de nossa mãe que teve um HVC e teve que ir urgente para o Hospital.

Durante o seu enterro, apareceu der repente uma procissão de pássaros no céu, que todos ficaram impressionados. Acho que eles queriam nos consolar e avisar que nosso Pai estava em Paz. Mamãe não aceitou o a sua partida eram dois apaixonados, até mesmo quando discutiam, suas palavras eram de meu bem, meu bem pra lá, meu bem pra cá. Depois do HVC ela entrou em processo de depressão e Alzheimer, passava o dia todo procurando por papai e depois veio a falecer.

Nunca vi meu pai falar mal du fazer comentários maldosos a respeito de alguém, quando lhes contavam uma fofoca, ele sem jeito, sorria, encabulado e tentava mudar pra outro assunto. A única queixa que ouvi de alguns sobre meu pai, foi que era severo de mais com os filhos, mas isso nunca deixou-nos traumas, ao contrário, todos os filhos os amavam.

A vida de nossos Pais não foram fáceis, tempos difíceis, muitos filhos, passamos por muitas necessidades, mas como a família era grande, todos se ajudavam, eu mesma tive que passar a morar com minha madrinha e Tia, eu tive duas famílias maravilhosas, que me ensinaram que a Fé é tudo, e sem Deus não somos nada. Louvo e agradeço a Deus por minha família humilde, mas que souberam me educar.

Essas são lembranças e saudades da história de meu Pai.

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