domingo, 13 de dezembro de 2009

Produtividade... Ampliada?

Sebastião Antônio Baracho (conanbaracho@uol.com.br)
Domingo, 13 de dezembro de 2009 às 11:25:12

Coronel Fabriciano MG

Produtividade... Ampliada?

Iniciei a minha carreira policial (Civil e militar) nos idos do ano de 1 953 com, apenas, 16 anos de idade e, ainda menor, saí de Diamantina para fundar o décimo batalhão na cidade de Montes Claros-MG.
Trabalhei em várias cidades desta Minas Gerais, sempre no excepcional comportamento.

Quando entrei para a PMMG, tudo era difícil para a prática do policiamento ostensivo, tal como:

Tínhamos que efetuar diligências em lombos de animais quadrúpedes, por nos faltar as viaturas e, até rodovias condizentes.

Até para uma simples intimação e/ou verificação de local, nos víamos obrigado a levar os nossos fuzis.

O trabalho chegava até por vinte e quatros horas, às vezes, tínhamos que tomar medicamentos para nos manterem acordados e, vigilantes!

Os efetivos nos destacamentos policiais eram reduzidíssimos, nos obrigando, inclusive, a sermos Escrivão e Peritos "ad-hoc", ganhando um salário inferior aos dos titulares substituídos.

Quando os alojamentos dos quartéis dos destacamentos eram insuficientes, tínhamos que pagar pensões e/ou, dormitórios, com os nossos parcos recursos da época.

As guarnições das cadeias eram feitas, muita das vezes, por um só policial, durante quase 24 horas a vigiarmos presos perigosíssimos, com o restante da guarnição em descanso das labutas diárias.

O assunto é tão vasto que paro por aqui mesmo, informando, a seguir, a razão desse intróito:

Os policiais do passado são à base de tudo o que serve de apoio fundamental e, motivo de, na atualidade, às Policias estarem tão bem equipadas de maquinaria e, pessoal gabaritado a exercerem às mesmas funções de antanho, com a maioria tendo estribo erudito para tal.

Quando nos aposentamos e/ou, somos reformados na função pública, ficamos marginalizados de todos os privilégios advindos da modernidade, exceção feita, tão somente, ao inserido nos nossos contracheques.

Há dois anos que o nosso emérito e, capaz Governador do estado de Minas Gerais, tem pagado aos policiais da ativa pela Produtividade, por Eles estarem gerando e, causando rendas férteis ao Estado.
Concordo! Entretanto e, os policiais que foram para a reserva ou, se aposentaram?

Eles são o pretérito dos atuais e, não tendo à mesma regalia dos hodiernos, estão se sentindo como um alicerce de bambu a amparar um edifício produtivo que, sozinho, recebe os prêmios de produtividade referenciados.

Mesmo que o edifício não produza se transformando numa árvore, ainda assim, os aposentados e, reformados, serão à sua raiz, porém, não responsáveis pela falha na produção.

O Presente, desconhecendo o seu Passado, é como o infinito aparentar o azul, apenas, pela distância da linha de vizada.

Espero que o nosso governador encontre uma brecha e, por ela, venha a nos compensar pela produtividade anterior e, que levou os policiais e, o próprio Estado, à situação preponderante em que se encontra na atualidade.

A seguir, uma poesia de minha autoria inédita:

A JORNADA

Perdido na noite insegura
Sem itinerário definido,
Vagueia na aposentadoria
Paria da vida... Desiludo!

Somos de deus o retrato
Com reflexo... Positivo!
O dirigente, em voragem,
Faz do aposentado... Negativo!
Sofre a carne do abandonado
Dilacerada na escada da vida,
Chegando ao patamar arrasado
Pêlos percalços da vã subida!

Aposentados... Na clausura!
Por prêmios negados,
Grades de espessura
Confinam condenados!

Comandantes graduados
Ombreiam com escrivão,
Servindo aos delegados
No trabalho da dura função!

Paralelo, outros policiais,
Labutam na vigília diária,
E, os míseros aposentados,
Exalam em vida solitária!

Todos os policiais afins
São também subordinados
Por castas cúpulas mirins
Dos "poderes" do estado.
O estado... Premiando!
Dá lauréis de méritos,
Mas, fica negando,
Ajuda aos pretéritos.

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